Andebol | Boavista FC reforça aposta na Formação e na Juventude para o Futuro

Yuriy Kostetskyy, diretor técnico do Andebol no Boavista Futebol Clube

À entrada da sua sétima época ao serviço do Boavista FC, Yuriy Kostetskyy mantém a direção técnica do departamento de Andebol, acumulando as funções do comando técnico da equipa sénior masculina de andebol.

Nesta entrevista de antevisão à nova temporada, Yuriy Kostetskyy traça as linhas orientadoras do projeto para a época 2025/26, num momento de renovação e ambição. Com um plantel jovem e renovado, o técnico apresenta os principais objetivos desportivos e partilha a visão para o futuro do andebol Boavisteiro, onde a identidade coletiva, a disciplina tática e a aposta na formação continuam a ser os pilares centrais.

  1. Qual é o principal objetivo desportivo do Boavista FC para a próxima época no escalão sénior?

O nosso principal objetivo passa por crescer de forma consistente: treino a treino, jogo a jogo. Com um grupo jovem e renovado, queremos evoluir enquanto equipa, fortalecer a nossa identidade coletiva e, acima de tudo, honrar e dignificar o nome do Boavista FC.

  1. Qual será a identidade de jogo que pretende implementar nesta equipa sénior do Boavista FC?

Pretendemos praticar um andebol dinâmico e coletivo, com forte intensidade e velocidade. A defesa será um pilar essencial do nosso jogo, por isso vamos trabalhar várias abordagens defensivas. As nossas equipas têm de saber interpretar vários sistemas defensivos. O objetivo é formar uma equipa jovem, mas com qualidade e inteligência tática.

  1. Quais considera que podem ser as maiores dificuldades que o Clube vai enfrentar na Divisão de Honra nesta época?

A concorrência com equipas mais experientes e com estruturas consolidadas que apostam fortemente na subida de divisão, será, sem dúvida, um grande desafio. Além disso, estamos a iniciar um novo ciclo com uma equipa jovem e com muitos atletas recém-chegados ao clube, o que exigirá tempo de adaptação. Por isso, começaremos os trabalhos o mais cedo possível, sempre com o foco em competir jogo a jogo com ambição. É uma renovação e mudança de ciclo feita de forma consciente, com muitos jovens, mas de muita qualidade e com muita margem de progressão, por isso, o foco será treino a treino, jogo a jogo.

  1. Como está a ser feita a construção do plantel e como prevê integrar os novos jogadores no Clube?

Estamos a formar um plantel equilibrado, apostando em jogadores jovens e com qualidade, muitos dos quais com ligação à formação do clube. A integração será feita de forma progressiva, através do trabalho diário, com o objetivo de criar sentido de pertença e identidade com o Boavista FC.

  1. Que tipo de perfil procura para reforçar a equipa? Jovens promessas ou atletas mais experientes?

Em primeiro lugar, devo referir que o plantel está praticamente fechado. Foi uma decisão ponderada e consciente de iniciar um novo ciclo na equipa sénior. Tal como fizemos nos escalões de formação, há três anos e que tem vindo a dar os seus frutos. A aposta recai essencialmente em jovens talentos com ambição e vontade de crescer. Embora reconheçamos a importância da experiência, optámos por iniciar um novo ciclo e dar espaço a jogadores motivados e identificados com os valores do clube. Alguns destes jovens já têm experiência competitiva e presença em seleções nacionais.

  1. Que papel tem a formação do clube no projeto sénior a médio e longo prazo?

A formação é um pilar estratégico do nosso projeto. A equipa sénior deve, progressivamente, ser composta maioritariamente por atletas oriundos da formação. Temos uma excelente equipa técnica nos escalões jovens, o que nos permite preparar os atletas com qualidade. Queremos que cresçam com paciência, sem queimar etapas, e que integrem naturalmente a equipa principal.

Um dos maiores erros que ainda vemos nos jovens atletas – e também em muitos pais – é a vontade de acelerar etapas no processo de desenvolvimento. A ambição é positiva e necessária, mas é fundamental que os passos dados sejam conscientes e ajustados à realidade de cada atleta. O crescimento deve ser sustentado e respeitar os tempos certos.

A verdade é que a nossa formação tem registado uma evolução notável nos últimos três a quatro anos. Os resultados falam por si: o Boavista FC é hoje reconhecido como uma das melhores escolas de formação da Associação de Andebol do Porto. Na época passada, vários dos nossos atletas foram convocados para diferentes seleções, o que é um reflexo direto do trabalho de excelência feito pelos nossos treinadores, da dedicação dos atletas e do papel essencial dos pais, que têm sido verdadeiros parceiros neste percurso.

  1. Qual a estratégia definida para garantir a estabilidade desportiva e financeira do projeto?

A estabilidade será garantida através de uma gestão rigorosa, procurando patrocínios e apoios que permitam sustentabilidade. Paralelamente, a obtenção de bons resultados desportivos será fundamental para motivar todos os envolvidos e reforçar o projeto.

  1.  Como vê a evolução do andebol português e onde coloca o Boavista nesse contexto?

O andebol português tem evoluído bastante, com um aumento de equipas competitivas e bem preparadas. O Boavista FC tem todas as condições para afirmar-se como uma equipa de referência, com uma base sólida de jovens talentos e uma estrutura em crescimento.

  1. Em termos de metodologia, o que distingue o seu trabalho enquanto treinador e diretor técnico?

Dou grande importância à análise detalhada de jogos e jogadores, elaborando planos de treino específicos. Valorizo a comunicação clara, o espírito de equipa e um ambiente disciplinado. Nos treinos, o foco é total e a seriedade é essencial, especialmente no escalão sénior.

  1. Como está a ser feito o trabalho de scouting e captação de talento para reforçar as equipas do clube?

Estamos atentos a jovens talentos, tanto para os seniores como para a formação. Estabelecemos parcerias com outros clubes, que nos têm permitido identificar e captar jogadores com potencial. Aproveito para agradecer a colaboração e abertura desses clubes ao nosso projeto.

  1. Que peso tem o histórico, a mística, o ADN do Boavista FC na construção desta equipa e deste projeto?

A mística e o passado do Boavista FC são elementos centrais no nosso trabalho. Muitos atletas quiseram juntar-se a nós precisamente pelo peso e tradição do clube. Queremos construir uma equipa que honre essa identidade, mesmo perante as dificuldades.

  1. Qual será e qual o papel de cada elemento da equipa técnica que escolheu para o acompanhar nesta época desportiva?

A nossa equipa técnica é composta por pessoas competentes e com funções bem definidas. O treinador adjunto será responsável pela análise de jogos e preparação dos treinos. Teremos também um treinador de guarda-redes focado na evolução técnica e tática dos nossos guardiões.

  1. O que espera da massa associativa e dos adeptos do Boavista nesta nova caminhada?

Espero que os adeptos nos acompanhem com entusiasmo e nos apoiem em todos os momentos. O seu apoio será fundamental para criar um ambiente positivo nos jogos e para motivar a equipa ao longo da época. Serão sempre bem-vindos, seja em casa ou fora.

  1. Quais serão os indicadores de sucesso que vai usar para avaliar o projeto sénior e a formação?

Os principais indicadores serão os resultados desportivos e a progressão dos atletas. Também iremos acompanhar a evolução individual e coletiva das equipas, garantindo um crescimento sustentado a médio e longo prazo.

  1. A médio prazo, acredita que o Boavista pode tornar-se uma referência nacional no andebol?

Sim, acredito plenamente. Creio que podemos dizer que, neste momento, já somos uma referência na formação do andebol nacional. Apesar das dificuldades, temos um projeto estruturado, uma equipa técnica competente e uma base de jovens com muito talento. Já se alcançou muito nos últimos anos, e com continuidade e compromisso, acredito que o Boavista pode afirmar-se ainda mais como uma referência no andebol nacional.

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